quarta-feira, 31 de março de 2010

e se...

e se eu não permitir me entender, faça isso por mim!
porque na minha infinita ingenuidade
sou aquilo o que der,
sou o menor que vier
e vários faróis de ilusão.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pequena poesia futurista

Vai ficando velho quem eu só conheço de vista, e meus amigos continuam inteiros. Esforçados, meus amigos. Ainda os vejo sorrirem pelos lábios expressivos e dizerem aquele "eu te amo" com tanto prazer. Ainda os vejo sendo inteligentes e patetas (só às vezes). Esses amigos guerreiros que cultivo à minha altura, esses grandes amigos que não cabem numa única partitura musical. Os corações de meus amigos? Ainda praticam a sístole e diástole com o mesmo prazer dos 17. Não precisam mais enrugar a testa para um questionamento, sai totalmente natural, mas quão jovens meus amigos ainda permanecem...!!! Eles que ainda guardam o mesmo sentimento, a mesma eloquência, o mesmo perdão, o carinho, minha gente, que só meus bons novos amigos possuem. Os outros ficarão velhos, meus amigos ainda estão frescos bem aqui em minha mente. Meus amigos ainda somam cada partícula da massa cinzenta que possuo abaixo de meus próprios pensamentos e acima de minhas lágrimas. Não morrerão meus amigos, eles não se sujeitarão a tal artimanha. Eles são espertos e sabem que vão sobreviver nesse fio mental tecido pela consciência física versus espírito. Como são jovens meus amigos... Como são lindos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pássaro-rei

Sou um rei de olhos vermelhos, penas azuis e um bico afiado.
Minhas penas quase nunca cobrem a minha poesia.
E essa coisa toda de jogar a solidão de lado não tá dando certo; tenho algumas palavras não criadas dentro de mim, que nunca saltarão para fora de todas as minhas têmporas extremamente pálidas.
O preciosismo de meu canto nunca passará despercebido, nunca escapará de promessas.
Entre a desmotivação arteira, a imagem de algumas memórias serão temporárias.
Sou um pássaro-rei com asas mais resistentes no vento, sem lágrimas no outono ou seca.
Sou moda de precisão e o medo sarcástico do lado de fora; mas sou doce no ainda, sou fixo no permanecer e puro no escuro.
Sou pequeno em tamanho, mas existe a interioridade de meus pensamentos: estas são maiores que as nebulosas difusas do espaço.
Sou o suor mais intenso do verão, sou ou tenho a força e a graça de cordas vocais roucas, sou mais amarelo do que um girassol, menos problema do que solução, mais Amor do que qualquer amor.
Sim, e eu vôo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

raaaaafs !(filme.) diz:
giram as minhas idéias
nos meus milhões de corações
giram tão rapidamente
que me balança a estrutura
giram para trás
para o vento que eu não vejo
às minhas costas
o meu sustento sem calor;
apenas uma garganta inflamada
grita a ilusão
de te ver deitado
em minha cama
coberta por meus sonhos rotineiros
coberta por minha vida dormida
gritam esses desejos num barulho contínuo
que faz-me levantar mais de uma vez
para clamar essas palavras
numa só
dose de amor
raaaaafs ! (filme.) diz:
Que tal?
Alanie Ramos diz:
Tava transando Rafa ?
raaaaafs ! diz:
UHAHUHAU Não.
Alanie Ramos diz:
Poema super pós sexo.
raaaaafs ! diz:
Tava observando o ventilador.
raaaaafs ! diz:
UHAHUAUHAHUUAHHUA

terça-feira, 23 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

Golpeado

No escuro as minhas palavras são somente minhas, os meus textos escapam, borbulham, cegam, destroem, mas me recompoem algumas energias indispensáveis à vida. O brilhinho que meus olhos provocam em cenas de amor é tão premeditado quanto a gravidade de seus erros futuros.
Me sinto sozinho, sem vergonha, sem medo, sem os mesmos erros. Me sinto frágil. Não há mais sinceridade maldita, não há mais verdade escondida, não existem mais metáforas rarefeitas, nem hipérboles repetidas. Não consigo mais ser poeticamente convencível. Não consigo mais.
Algum fardo está irresistivelmente atraente. Alguns olhares tetérrimos me caem em lembrança, me mudam as esperanças, me dão notícias daquelas pessoas que me afirmavam os melhores sentimentos transcritos numa só tarde amena.
Que pedra tão pesada Drummond me deu, que raiva, que angústia. Maldito seja Drummond! Maldito coração menor que o mundo... Maldito seja esse choro vadio que me internou e internalizou em continuidade.
Esses golpes finais... Esses finais... me farão unicamente invencível, eu sei. Quando a compota de rios for despejada no mais belo momento de brilhos externos, serei invencível. Assim que o vidro se despedaçar e o esquisito se tornar estático, impiedosamente deitado acima de todos que abençoam seus próprios corações, serei eu...
Sim, estou ficando velho.