segunda-feira, 20 de julho de 2009

Amarugem

Vejo os pássaros voando, o sol, o verde, e, quando me canso, sinto a boca seca, a garganta inflamada de rouquidão. Sempre cantei por algum significado. Não existe. A simplicidade definitivamente prevalece nesses momentos ariscos. Onde o medo da solidão me fez tomar a decisão abdicativa da própria felicidade.
Plantei três rosas, três vidas, três perfumes, que, pela ponderação de sentimentos, se tornaram diferentes em epítome. Estorvei estas flores de exercer um senso dito normal, mas sempre as afaguei com o calor solar. O abrigar nunca me trouxera benefícios, além da satisfação habitual de tê-las ao meu lado. E, por concomitância de alguns prazeres, estas rosas criaram pés, mãos e mente. Seria preciso uma boa dose de água para afogá-las em desespero. Eu não. Eu quero rosas livres. Quero que estes perfumes encantem outros lares e distribuam mais sensações de conhecimento, mesmo que pouco.
Sinto-me esvaído de forças; de boas forças, talvez. Mas insisto, persisto e resisto a todo e qualquer mal que me tente consolar. Segue-me apenas um paladar esquisito, adverso a qualquer luz, sombra e água fresca. Nesses momentos, percebo como é fácil temer o escuro, ainda mais quando se está dentro dele.

5 comentários:

Manu Turrón disse...

'Esse texto me arrepiou. ^
Parabéns.

André Aguiar disse...

EI, lembre que você é o menino dos olhos que tudo ve, leembre tambe´m que as rosas sempre estaram ao seu redor e que a escuridao é mais clara do que você imagina.
Lembre de me aceitar como um GRANDE NOVO AMIGO, sem medo errar.
Em pouco tempo de papo contigp já aprendi muito e viram mais, Né?
Um aperto no coraçao.

André Aguiar disse...

Ps.: FEliz dia do AMIGO.

=]

Jucieli disse...

Desculpe me intromenter assim, eu sou amiga da Manu. Maiis vamos ao assunto: Simplismente L I N D O seu texto. Parábens mesmo.

Anonymous disse...

Eu não quero nem saber, preciso dizer: ENCANTADOR, MARAVILHOSO. Sinto tanta alma nisso e ela transborda! É você, é você. É todo você, e se me permite, eu também. É uma das coisas mais bonitas que eu já pude ler. Parabéns, Rafael. E nunca, nunca deixe de escrever. Dê-nos um pouco mais, deixe-nos sentir e entender um pouco mais de nós mesmos e de você. Você é lindo, Rafael, e os seu texto me faz me sentir viva outra vez! Obrigada!