sábado, 17 de abril de 2010

Cem meia luas na noite

Suntuoasamente uno a mente ao coração. Uso a magnanimidade do que me cobre, o tecido fino, a sandália frágil que calça e conforta. O livro ainda cheira a nós. Fatidicamente flutuei. Ou apenas insisto por precaução? Nada ao oposto de ser fim preocupa-me, nada que venha a ter o bridão de um alazão certeiro, que cerque, que prenda... Nada como matar por ilusão. E a culpa não te assustará nos dias de meia lua.
Nos dias de vento, ponha-se a secar o que sobrou de alguns pensamentos. Conforme-se com a felicidade que conseguir, acompanhe-a ao medo sempre que se perder, mas não a corrompa.
Nas minhas artérias incontáveis, ainda pulsam alguns sentimentos, ainda soam alguns ruídos, mas a integridade do que foi esquematizado por conceitos intracranianos me reprime silenciosamente. E, no momento seguinte, as duas vozes se unem, as músicas unem-se aos corpos, esbaldindo todo e qualquer preceito subvertido.
E não me contendo em imaginar a prosa, também viro. Viro por ser humano. Viro homem pequeno. Viro o pequeno príncipe. E não teimo em terminar o que digo, porque disso tudo só me sobra a razão.

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